Board Game Jam I Review
Pedro Falcão
Os dados rolaram soltos na Rio Board Game Jam
O nosso1º festival de jogos de tabuleiro juntou uma galera no RJ num desafio offline.
Muito antes de Pong, Space Invaders, Super Mario ou Sonic, ou qualquer outro tipo de entretenimento eletrônico moderno, havia um tabuleiro. Criados desde quando aprendemos a fazer as primeiras pecinhas esculpidas de pedra da humanidade, os jogos de mesa formaram a base de todo game design que jogamos hoje.
Dando lugar a cartas e dados em vez de sticks analógicos e caixas de diálogo de RPG, a RedZero do Rio de Janeiro, em parceria com a Red Bull, convidou alguns desenvolvedores da região para mostrar que é possível fazer jogos incríveis mesmo sem saber programar, animar ou modelar. Foi assim que nasceu o primeiro Rio Board Game Jam.
“Os jogos de tabuleiro refletem o poder e a importância do game designer”, me contou Victor Prado, um dos organizadores do evento. “Nada melhor para demonstrar mecânicas de um jogo e qual é o peso de cada uma no conjunto da obra – o que é bem difícil de se observar em jogos modernos como GTA e Call of Duty."
O tema do encontro foi “Para Frente, Sempre” e a ideia era realmente fazer uma corrida envolvendo os desenvolvedores, que foram divididos em cinco grupos para criar um protótipo cada.
Depois de algumas horinhas, a maratona resultou em cinco ideias bem diversas – o que dificultou ainda mais na hora de decidir quais eram os melhores projetos do dia.
Os conceitos dos grupos variavam em estilo e gênero. Um resumo da ideia de cada um deles:
Trexinaum
Os jogadores são titãs que precisam fugir da irá do deus do Olimpo. A mecânica é baseada em controle de área e movimentação.
Jogos de Poder
Pegando pelo lado cômico das burocracias políticas do país, os jogadores competem aprovando projetos de lei até chegar na presidência. No caminho rumo ao topo, cada jogador passa por vários cargos políticos. O jogo é polêmico em alguns pontos, mas tem um surpreendente viés educativo que pode ser explorado.
Avalanche
Os jogadores devem fugir de uma avalanche em uma montanha. A temática é bem costurada à mecânica do jogo, que combina estratégia com cartas de ação, incentivando a competição acirrada.
Gladiadores
Um jogo de luta de arena com uma mecânica de combate simples, mas divertida. Tem uma pegada forte de RPG e ‘wargame’, mas num ambiente clássico romano.
Engage
A mecânica desse jogo de corrida espacial é fascinante: sem usar dados, o jogador usa cartas para gerenciar recursos até chegar na linha final.
Engage e Avalanche foram os jogos que mais chamaram a atenção de todos, levando pacotes de jogos e miniaturas por serem destaque na maratona. Mas o mais importante é que a qualidade do trabalho de todos os grupos competidores se mostrou bem alta.
“O nível dos jogos apresentados demonstrou que a cultura lúdica está mudando”, contou Victor. “O pessoal soube trabalhar as mecânicas e apresentou sugestões interessantes, fugindo do lugar comum. O resultado dessa game jam foi extremamente recompensador. Temos ótimos candidatos a game designers escondidos por aí.”
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